OFICINA

Significa que é um lugar onde se pratica algum oficio.

Oficio deriva de oficiar, que significa celebrar o ofício divino.

Para mim são lugares com um certo tipo de magia ou encanto.

Desculpe mas não acho outro jeito de falar sobre como sinto as coisas na oficina. Talvez porque isso vem da minha infância.

Nasci em uma casa que tinha duas oficinas.
Uma do meu tio, que era engenheiro mecânico, inventor e principalmente um apaixonado por fazer coisas, ou melhor, refazer coisas.
A outra era do meu pai, um médico cirurgião de mão cheia, muito habilidoso. Adorava restaurar coisas. No mais é só imaginar um moleque no meio disso tudo.

 

Dai as ferramentas. Não só o martelo, mas todas elas.

Enquanto escrevia a ultima frase, me veio a lembrança o quanto eu gostava de ir a barbearia do seu Antônio. Era daquelas antigas, mas bem equipadas barbearias. Eu tinha uns sete anos. E todas aquelas ferramentas de cortar cabelo, aquela cadeira cheia de mecanismos e acessórios. Pura mágica. Tudo em qualquer tipo de oficina me fascina. Até a oficina do meu dentista.

Hoje em dia, muitos dos meus grandes amigos trabalham em uma oficina ou tem uma oficina. Cada uma com suas peculiaridades e cheias de ferramentas específicas. E, o melhor, muitas ferramentas adaptadas ou mesmo fabricadas ali mesmo. Lindo, pelo menos eu acho.

Existe o mágico, existe a mágica, o objeto a receber a mágica e existe a ferramenta de fazer a mágica. Cartolas, varinhas, capas e caixas mágicas.

Numa oficina é a mesma coisa.

Outro aspecto desta coisa de oficina é a maneira como a história está escrita. Na verdade cada ferramenta é uma vírgula, um parêntese ou mesmo um capítulo inteiro de uma história. Tem sempre uma lembrança relacionada. Algum tipo de envolvimento com fatos e figuras dos mais diversos tipos. Antropologia purinha.

Pois é, escrever sobre essas coisas me fez  lembrar outra.

O SAL.

Que faz parte da mágica e é relacionadíssimo a ofícios e oficinas. Nem precisa falar mais nada.