25 abril 2011

O tempo das coisas




Um amigo meu costuma dizer que a cegonha se enganou e deixou-o cair no país errado.
Eu, definitivamente acho que ela me entregou na época errada. Nada com a minha família, muito pelo contrario.
Falo isso com relação ao tempo das coisas.
Acabei de ler um pequeno artigo intitulado “Film”. O texto tratava da admiração do autor pelos fotógrafos que ainda utilizam câmeras com filmes, foco e abertura manuais, etc ...
Ao final do texto ele postulou com a seguinte frase:

“Gears are gone..... the mind is outdated..... originality is rare….. and what’s stolen is yours.”

Ou seja: As engrenagens se foram….as mentes estão obsoletas....originalidade esta rara....e o que é roubado é seu.
Pois é, para mim o que li renova certeza que os tempos das facilidades eletrônicas, das conveniências e do conforto do menor esforço são tempos de distração.
Não nego admiração pelos feitos modernos, computação, eletrônica e outros. Loucura ou mesmo insensatez desdizer a importância dessas coisas. Mas a faca é de dois legumes. Inegavelmente.
Ao mesmo tempo em que admiro a criação de um objeto em um processo de impressão 3D, admiro ainda mais os caras que inventavam e desenvolviam motores, máquinas, motos, carros e aviões praticamente do zero. Que mentes aquelas! Que tempos aqueles!
Lembro da época eu mesmo revelava minhas fotos. Lembro da atenção dispensada em cada foto. Cada foto era maravilhosamente complexa e saborosa. Primeiro que custava caro cada elemento. Filme, papel, química e periféricos. Depois porque tudo era mais observado, admirado e calculado. A minha mente era mais exigida. Nada comparado com os malucos de antigamente.
Tenho tido sorte de conhecer pessoas que não estão distraídas. Tenho sorte de trabalhar em um ambiente que não me deixa distrair. Isso é muito bom.
Mas francamente, a mesma família, os mesmos amigos, o mesmo trabalho e algumas arrancadas no inicio do século XX não seria nada mal.

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