20 junho 2011

Primo





Recentemente, importei um martelo de ourives. O fiz por uma única razão, o fato de ele ser lindo. Mais parece um amuleto ou até mesmo uma batuta.
Sei não, mas o fato de eu ter parado de beber e fumar está tornando as coisas cada vez mais lisérgicas. Só pode ser.
Para se ter uma ideia, logo quando ele chegou passei mão do objeto e fui mostrar para familiares e amigos. Fiz fotos com ele e outro de sua espécie. E nem precisa dizer que o bichinho está sempre comigo. Principalmente quando estou debruçado nos enigmas inerentes a minha profissão.
Bom, nesta viagem toda percebi (com este celebro careta que a terra a de comer) que o tal do martelo (qualquer um) é primo.
Um primo por vezes distante, distanciado ou pouco relevado, mas primo sempre.
E isto é fato (ou não). Na verdade está cada vez mais difícil distinguir ficção de realidade. A sorte neste caso é que o objeto é palpável.
Mas porque primo?

Primo de primeiro. Ou melhor, primeira ferramenta (só lembrar o macaco naquele filme).
Primo de fundamental. Essa não precisa de comentário.
Primo de família. O martelo é primo da picareta por exemplo. É primo, mas não é picareta.
E principalmente (pelo menos para mim) primo pelo fato de ser um principal catalizador de histórias.
Realizei que todo mundo tem uma passagem envolvendo um martelo. Nem que seja o fato de já ter caído um no pé.
Meus amigos, donos de oficinas ou não que são donos de martelos ou não, têm em média duas histórias por ferramenta. Mas só lembram isso quando entro em cena falando de martelos.
Engraçado, parece que é assim com outras coisas na vida também.
Voltando ao aço frio. Nenhuma importância atribuída a estas constatações. Mas não custa nada lembrar pequenas trivialidades.

Um comentário:

  1. Caro Paulinho,
    Verdade verdadeira o dito acima!!! Alem de estar agora mais do nunca prestando uma atencao danada nesta fermenta, vide minha singela contribuicao com a foto (obrigado por postar!), tambem me lembra de historias!!! O caso do martelo de meu pai, ingles, uma ferramenta fina (em todos os sentidos!), sabe que desde que me conheco como gente eu vejo este martelo, e quando pego emprestado: um ciume danado!!! Ja vi que vou herdar esta bela ferramenta, um dia te mando a foto!

    Abracos,

    Fred

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