22 setembro 2010

Continuando com o martelo

Antes de tudo ou será antes do nada? Vá lá.
Tenho que me corrigir, pois hoje durante o dia digitei errado um endereço e me deparei com um anúncio de uma palestra grátis. E o tópico era um curso para o “Martelinho de Ouro”.
Ou seja, tem curso para usuário de martelos sim. Eu só não sabia.
Mas este curso, inesperado que seja, não me tira a vontade de escrever sobre esta ferramenta maravilhosa. E eu falei que escreveria primeiro sobre a ferramenta e depois as consequências.
Pensei nisso o dia inteiro. E conclui que é uma tarefa meio difícil, mas vamos lá.
Pois é, tem gente que guarda aquela chuca de infância ou aquele carrinho todo destruído. Eu guardei o meu primeiro martelo. Que era chamado carinhosamente de “fataenfasuja”. E parece que a receita para se fazer fataenfasujas era:
Misture um ônibus com chiclete e mais outro ingrediente misterioso (ninguém nunca soube e eu esqueci) e pronto.
Meu amigo, as lembranças que este objeto me traz, são no mínimo, espetaculares.
Por exemplo, foi com ele que descobri o que tinha dentro do rádio do meu tio. É bem verdade que foi um pouco doloroso e também misterioso por muito tempo. O troço nunca mais falou!
Foi por causa dele que comecei a montar minha primeira caixa de ferramentas. Minha mãe disse que eu tinha três anos. E que sumiram todas as chaves da casa. Ferramentas de abrir. Bem, não é esta a história do martelo. Não a oficial. Que na verdade eu nem sei direito. Na realidade foi uma maneira de me apresentar um pouco. E dizer que tenho autoridade para falar desse assunto.
Hoje em dia (a quase tez anos) trabalho como mecânico, e posso dizer estou começando a fazer bom uso de martelos. Ou seja, estou quase virando mecânico. E posso explicar.
O martelo é tão básico que chega a ser deposto de sua importância dentro da oficina.
O fato é que saber manusear esta ferramenta é como se lembrar do porque você entrou para medicina. Pois é a gente esquece. Damos valor para o “scaner”, para o multíetro, o tal do dinamômetro e muitos outros. E esquecemos como é muito mais sólido quando percebemos como um determinado material, a ser empregado no motor, reage com o resto. Com possíveis impactos; marteladas.
E só agora começo a resgatar esta essência da minha profissão. E mais, é por causa do martelo e com o martelo que hoje em dia mato a minha curiosidade de ver o que tem dentro dos motores dos outros.
Boa noite.

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